quarta-feira, 29 de abril de 2009

O Saint Louis * Capítulo 6, Aquela que dançava contigo;


Canne's Model.




22:40;


A sinuca competitiva de dois cegos irmãos, acompanhados pela repetição de um velho-novo disco. Ele se colocava contra a parede, ingerindo algumas pílulas do adocicado medicamento para qualquer uma daquelas tantas desgraças.
As luzes ainda estavam acesas, e as portas abertas, refletia sob a chuva que caia inconstante, e reagindo aos estímulos dos companheiros, e de um outro par que ali ja' bebia.
Cedo, cedo demais para um cigarro, tarde demais para um vício. Tentara parar por semanas, e o reduziu à ossos cansados e tristes.


23:19;


A 3ª volta completa do disco, e o primeiro grupo de amigos à se esconder da delicada garoa. Ele ja' agia compulsivamente, ja' estava chegando a hora de se libertar das cordas do ancoradouro, esquecer por um instante ou outro que lhe faltara ar, e lhe sobravam dívidas, e dúvidas. Um encontro inesperado de grupos e viajantes, mercadores e saltimbancos, palhaços e matadores, todos seus amigos, agregados, irmãos ou conhecidos. Sim lhe prometeram a libertação e batismo nas águas, já era um código antigo desta ordem, significara muito em outros tempos. Saudoso, respondia com sorrisos, e música à quem lhe perguntasse .

23:50;

Impaciente, toda a sorte de perdidos e libertinos havia entrado e saído do Saint Louis, corriam ate' a beira do majestoso rio, e no escuro das calçadas se enclinavam e entorpeciam, se masturbavam, e dormiam. Nada era estranho, ou familiar, o desgosto pelas coisas lhe tomara ar, enfático, anti-sonhos. Se um dia lhe perguntasse à si mesmo, como está sendo seu dia, nem saberia responder... Vazio, desordenado, perdido.

00:04;

Os telefones cessam, enquanto ele lembrava dos outros tempos, a água que dos céus caia, permanecia cheirando a indefinição. Covardemente se retorcia atrás da gangue. Compartilhou o primeiro "pito". Abriu a mente, cumprimentou à todos e decidiu se dar a liberdade de alguns instantes, enquanto isto lhe era imposto, por bem. As primeiras canções à pouca luz, e os empecilhos técnicos de praxe. Ja' se sentia bem melhor, não pensara nas probabilidades, de se sentir tão mal que não pudesse mais levantar, mas sim, que ele deveria melhorar cm o tempo, e se divertir enquanto podia, deveria mostrar à quem quizesse, que ele pertencia à si mesmo, e à quem se entregasse à ele, para compartilhar uma vida, quem sabe mais.

00:14;

Uma pausa e poucos cliques depois, estavam eles fortes, firmes, estóicos. Amigos, era como ele sentia cada soneto. Gestos rudes e faltas de educação à parte, ia a dama que há pouco era desconhecida, lhe cobra sanidade e discernimento nos atos que cometeu tão mal, e acorbertou-o. Não seria assim tão ruim lembrá-la, de que quem lhe pediu a dança e o corpo naquela noite distante, havia sido a mesma contraditória dama, que lhe pintava santidade e pura e casta beleza. Triste fim, de uma amizade promissora, longas conversas e desinteressante sexo. Ele tentara lembrar das classes do Direito Penal e Naval, cada peça, exerto e cantoria ao pé do ouvido, solos sem energia de Slash e seus mosqueteiros.

01:25;

O batismo não acontecera, mas o calor os amigos, e ate' o ensaio de percussionista ''péssimo" lhe tirara da mais profunda solidão, que lhe lembrara a amada tão distante, longe das confusões interiores, e ele não podia se dar ao luxo de expor cada problema, pois a preocupação, era o que fomentava suas crises e nervosas orações; os complexos termos de seu casamento não lhe permitiam nem ao menos se exitar com as pequenas que ali dançavam, exeto talvez uma ou outra que lhe lembrara a vida conjugal bela e animada rotina (*-*).

03:19;

Não se conectam mais as pernas, à mente cansada, mas quem sabe a preocupação passe?
O chamado de mais uma rodada de saltos e gritos, corriqueiras atividades de uma reunião de dementes, lágrimas são disfarçadas com os tais vitrais para colorir os olhos, e mais uma das pequenas lhe atinge olhares, e um elogio insinuador...Em outros tempos ele à teria levado ate' o apartamento nos altos de um familiar, que detinha as chaves, e a permissão para usos desta procedência. Enfim, não lhe surtiu efeito algum, preferiu musicar as ondas que lhe batiam de um lado à outro, e as lembranças da amiga que vira à pouco chorar, não seria prudente checar, então a espreita, olhares tímidos, e a mão sempre estendida, caso ela necessitasse.

04:38;

As cervejas, e a música acabaram, os parceiros ainda persistiam, então que mal lhe faziam mais algumas horas acordado? Esperaria o sol nascer. Mas não ali, pelas divergências do dia e noite, decidiram-se por encerrar a noite em alguns instantes, instantes largos, verdade seja dita. Uma proveitosa noite, daquela que dançava contigo, daqueles que bebiam com amigos, daqui, dalí e de acolá. Diabos, se apagam e acendem as luzes do céu com tanta rapidez? Junte a velha jaqueta, os discos repetidos, e as vontades de ser melhor...almoce às 6:00 e durma, enquanto consegues. Lembre-se de se despedir da amiga, que vistes nos sonhos, da anja, que nunca te abandona, da esposa, que daqui há algum tempo acorda, enquanto tentas manter mais que 5 horas de sono. Pintadas as paredes, rabiscados os cadernos, escovados os dentes e lavados os cabelos. Ends.

7:00

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Untill The Last SunLight Fall Avalon lives in my Heart, Blackheart.