quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

O Rio.


Canne's Model.Nbb37.


Banha-te em mim, ó chuva de sangue!

Eu sou o rio, Eu sou a dor da maré.
Eu sou o rio, que chora a enchente devastadora.
Eu sou o rio, sou o sorriso da serpente.
Eu sou o desejo da calmaria, contendo a fúria da corrente.


Os ventos derrubam o bastião do forte, e dejetam a mim seus esgotos!
Turva superfície que resguarda, os destroços de naufrágios incautos
Trocam-se as peles, descem rumo à fumaça no breu da noite.
Apenas em um mundo desesperado me vi livre.

Toma-me os receios, ò metamorfose da lua!

Eu sou o rio, Eu sou a dor da maré.
Eu sou o rio, que chora a enchente devastadora.
Eu sou o rio, sou o sorriso da serpente.
Eu sou o desejo da calmaria, contendo a fúria da corrente.

Tomando o leme no restauro d'alma.
Sombras dançam no véu da aurora, despejem à mim seus grilhões
Celebra a vida que renovada pela água, mesmo ante o pesar.
Anuncia amedrontada o facho, da torre distante.

Morre em mim para renascer, ó desesperado...

Eu sou o rio, Eu sou a dor da maré.
Eu sou o rio, que chora a enchente devastadora.
Eu sou o rio, sou o sorriso da serpente.
Eu sou o desejo da calmaria, contendo a fúria da corrente.