quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Canne's Model.ana'soyksong


A Canção do Mar Morto.

Ainda ouço o chiar e ressoar do vento, embaindo minhas reflexões.
Os embustes de palavras e gestos, miragens perdidas me vêm em abundância.
Ainda ouço a cação da garoa mimosa, trazendo a meus pulmões o sal de tais causos.
Os deleites antes corriqueiros, hoje me são negados por ausência de afeto.
Ainda ouço a melancólica partitura, do pulsar do peito inflado em ternura.
Ondas cinzentas chacoalhando memórias inibem-me a concentração diária.
Ainda vejo a folha cair, entretanto a mão que a guia se obscureceu.
Retalhos de um paradoxal personagem empilham partes de seu texto lúgubre.
Ainda ouço o brado feroz, de profusos alertas de aflições pretéritas.
Ainda ouço, mas não os escuto.
Ainda sonho, mas não as vislumbro.
Ainda sinto, mas não regozijo destes.
A Canção do Mar Morto me atingiu, e caído eu permaneço.
Ainda que a deriva me sinta, acorrento-me a ela com alacridade temerosa.
Aceito o que acredito ser credor, anseio que tortuosa expiação seja digna de tal melodia.

Marretam-me os brios de uma sentinela velada, e a personagem toma-me a voz, vida e medo.

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Untill The Last SunLight Fall Avalon lives in my Heart, Blackheart.